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O que é um processo de seleção a partir da Cultura?

Atualizado: 23 de mar. de 2020



Você não se resume ao seu diploma, ou ao currículo que monta. Você é muito mais do que isso. Esse é um dos motivos de não fazer mais sentido contratar através desses documentos. Dá para colocar qualquer coisa lá. Não é verdade? É muito comum as empresas contratarem pessoas que têm um currículo incrível, – daqueles de dar inveja a qualquer um – mas na prática o novo colaborador não dá muito resultado, ou é uma pessoa muito difícil de lidar.


A digitalização das coisas, a preocupação com acessibilidade e comodidade está atingindo todos os cantos da sociedade e o processo de seleção não pode ficar e fora, algo tão importante dentro das empresas e que vem ganhando muita visibilidade. A questão aqui é que agora estão categorizando ainda mais as pessoas que desejam um emprego.


Você não sabe do que estou falando? Não sabe como funciona? Vou te dar alguns exemplos:


Você entra no site, se cadastra, responde uma série de perguntas e… Tcharãm!

Aqui está quem você é:


“Você é: Sociável.
Você é tranquilo, equilibrado e gosta de se relacionar com outras pessoas. Você é uma pessoa voltada mais para o lado emocional do que racional. Você se apresenta confiável e amigável para as outras pessoas e isso as faz buscar por seus conselhos. Você não gosta muito de trabalhos rotineiros e fica rapidamente entediado. Você tem características de inquietude e está em uma busca constante de novos desafios.”

Não questiono a fidedignidade desse resultado. Não é isso. A maioria deles é cientificamente comprovado. E sim, muita coisa baterá com a sua personalidade. Mas o que está ali acima é só uma pequena parte de quem você é. E nem tudo bate. Ali diz que você não gosta de rotina, por exemplo, mas isso pode não ser verdade. Você pode ser uma pessoa inquieta, que gosta de se relacionar com outras pessoas, mas tudo bem ter uma rotina bem definida no seu trabalho, sem ter contato com outras pessoas, pode até preferir e curtir muito essa forma de trabalho.


Outra questão é que o resultado pode não dizer que você é pavio curto e ao menor sinal de injustiça você exploda e queira mandar todo mundo para aquele lugar, por exemplo, por mais que isso possa não fazer muito sentido.



Não diz que mesmo sendo alguém com um perfil relacional você é organizado e metódico. Pode ser excelente em atendimento ao público do mesmo modo que pode revolucionar a organização do estoque da fábrica. Todos esses exemplos comportamentais podem estar em uma mesma pessoa.


Categorizar em um parágrafo e usar isso como método de seleção pode ser perigoso. Pode gerar resultados muito próximos ao método tradicional, ou piores. É preciso ir além disso. Muito além.


E se você pudesse compartilhar com o mundo, com seus clientes, com parceiros, com novos candidatos um pouquinho mais sobre você e o seu negócio? E se você aproximasse da sua empresa pessoas que pensam parecido com você? Ou que acreditam nos mesmos valores e atitudes? Já imaginou ter pessoas alinhadas com o que você e a sua empresa acreditam, desde o começo?


Ponto importante: a ideia não é segregar, lembre-se que ter pessoas com pensamentos e atitudes diferentes dentro da sua empresa enriquece as possibilidades e as ideias. Pessoas pensando diferente e se colocando à prova geram ideias incríveis, inovadoras e podem até revolucionar o mercado em que sua empresa está inserida.


A ideia aqui é fugir do tradicional e evitar o que todo mundo faz: contratar pela parte técnica e demitir por comportamento. Se você seleciona por comportamento e cumpre o que você prometeu quando compartilhou tudo sobre você, mesmo que tenha que treinar esse novo colaborador praticamente do zero, você terá uma economia fenomenal na gestão de pessoas.


Chega da bola de neve onde se contrata/treina/desliga, contrata/treina/desliga. Quando você parar para analisar já foram algumas centenas ou milhares de reais nesse processo, quando na verdade bastava você ter sido mais assertivo lá no início.


Como? Compartilhando o que você acredita. O que te faz levantar todos os dias de manhã cedo para ir trabalhar? Qual é a sua história? E a da sua empresa? Porque ela surgiu? O que a sua empresa tem para oferecer ao mundo? Quais os valores e atitudes você pratica no seu dia a dia e espera que seus colaboradores pratiquem também?

Transcreva essas questões que estão nebulosas dentro da sua empresa, traduza ela para as pessoas que estão olhando de fora e não têm a mesma visão que você. Materialize isso em algum lugar que seja visível por todos, dentro e fora da empresa. Transforme o seu

Propósito e a sua Cultura, ou a sua Missão, Visão e Valores em algo palpável, visível, admirável e compartilhe isso com o mundo. Faça com que as pessoas entrem em contato com a sua empresa e se encantem com o que você está fazendo.


Passou da hora de conectar, de fato, as pessoas aos negócios, tornar o propósito da empresa um caminho para que cada um que estiver lá dentro consiga, de alguma forma, atingir seus próprios objetivos. O ser humano é um animal insaciável e desejante, quer galgar degraus cada vez mais altos. Quando ele percebe que não há mais para onde subir, ele se entristece, se acomoda, e isso não é bom para nenhuma das partes.


A partir de hoje, selecione pelo que VOCÊ acredita e busque pessoas que desejam as mesmas coisas que você, por mais que não concordem com tudo o que você diz ou faz. Ninguém estará 100% pronto, desde o início, para incorporar a sua empresa, mas você pode encontrar pessoas que possuam uma fagulha para serem seus Guardiões da Cultura.


Confira esta entrevista que realizamos com Moacir Rauber, professor universitário e escritor, onde falamos um pouco sobre todos estes temas. Espero que goste.


COO da Iniciativa Eyes.

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