O ano é 2019. O mês, novembro. Estamos literalmente a um passo de 2020 e uma coisa intriga. Desde 2012 (ou, vá lá, antes) todo e qualquer encontro de negócios onde se discute criatividade, inovação, tecnologia, novos negócios, “qualquer-coisa 4.0”, os exemplos são os mesmos: o Uber matou o táxi, o Airbnb matou os hotéis, o Nubank matou as agências bancárias. Etc.
Haja IML para tanto crime cometido pela nova economia.
Mas o estarrecedor é que em nenhum dos casos, aliás, salvo mínimas exceções, nesses momentos não se discute o que fazer para embarcar nesta nova forma de pensar e desenvolver negócios.
Você não ouve sobre o pequeno negócio de um amigo que revolucionou o seu meio.
Não há um comentário sequer sobre os avanços da pesquisa científica em termos de medicina, meio ambiente, neurociência, nanotecnologia, agronegócio. Ninguém aborda uma metodologia diferenciada que já não tenha saído em diversos blogs e perfis do LinkedIn e caiu no mais do mesmo.
É hora de parar de mostrar o destino final, ou seja, coisas que já aconteceram e se concretizaram, e começar a mostrar o caminho das pedras. E quando falo isso, não quero dizer aplicar slides na sua apresentação com frases motivacionais do tipo
“MUDE OU MORRA”
Quer algo mais horrível para alguém que está buscando conhecimento? Mudar para onde? Como? O que eu faço? Meu deus, morri!
Motivação é bom sim, mas todo mundo deveria comê-la no café da manhã.
O que eu realmente espero de um palestrante é que ele me ensine a técnica. Que passe seu conhecimento e não sua lábia. Quero ouvir sobre Design Thinking como resolução de problemas de forma criativa. Quero saber como transformar meu RH em um setor mais humanizado e efetivo. Quero saber como integrar minha equipe de vendas aos processos digitais. Isso sim é espalhar o poder da inovação a todos.
Como um sedento por conteúdo e conhecimento, quero sentir que o palestrante criou aquele momento para mim, e não para si próprio. Até porque quero ser o inventor do próximo grande aplicativo, quero ser o próximo grande descobridor de algo. Mas como farei isso me alimentando apenas de frases bonitas, porém vazias?
Para ouvir boas frases, não precisa pagar uma fortuna em eventos e palestras. Basta ler Sêneca.
Esse é um convite a todos que estão envolvidos neste segmento, que colocam sua cara a tapa para ajudar a construir um mundo um pouco mais imaginativo. Vamos transformar nossas palestras em ferramentas, para que cada espectador, imbuído do conhecimento, da técnica ou da metodologia proposta sinta que está um passinho mais perto de realizar seus sonhos.
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